Kung Fu nos 365 dias do ano

Tempo de leitura: 4 min

Escrito por Ricardo

Por que aprender Kung Fu?

Para responder essas perguntas eu trouxe dois pensadores bastante conhecido, remontando aos saberes de nossa ancetralidade:

Confúcio:

1) o primeiro de tradição chinesa, Confúcio, nos traz uma idéia de um comportamento não substitutivo em relação a outro.

Em sua obra – Os Analectos – – é possível perceber a importância que ele dá exatamente para a cautela de não tentarmos substituir o outro em acontecimentos do cotidiano. Ele nos diz: ao amar alguém é possível não labutar em seu favor? Ao ser legal a alguém é preciso não o edificar?

São duas perguntas muito interessante pra questionar as ações do nosso dia a dia. Quando pensamos em lidar com o Kung Fu, todas as instâncias do cotidiano estão disponíveis pra exatamente pensar esse cuidado com relação a si mesmo e com relação ao outro.

É muito convidativo em situações de nossa rotina diária, tentarmos preencher o espaço que é do outro e tentarmos fazer a tarefa que é do outro, responder prontamente algumas coisas que vão na direção das perguntas do outro, dos anseios do outro, das demandas do outro.

Essas questões que Confúcio nos levanta podem nos fazer refletir sobre em que medida isso é realmente importante. Quando que eu talvez tenha que auxiliar o outro numa ação diária, e quando talvez seja interessante aguardar, acompanhar, contribuir, favorecer, que o outro encontre uma resposta sua para as suas tarefas, para seus questionamentos, para as suas dificuldades.

E a rotina diária, com todas as vivências disponíveis no dia a dia, é um campo extremamente farto e amplo para que a gente possa praticar isso, tornar exatamente a ação a medida do nosso discurso.

Heidegger:

2) O segundo pensador é um pensador de tradição européia, Heidegger:

Em sua obra Ser e tempo, dentre várias coisas que ele aborda, uma estou trazendo para cá esnse momento, que é a noção de humor ou atmosfera, em alemão, stimmung.

Essa noção é extremamente interessante porque ela vai possibilitar que a gente consiga compreender a aprendizagem, a possibilidade de aprender algo, para além dos atributos meramente racionais intelectivos ou intelectuais de entendimento.

Significa que quando aprendemos algo sempre estamos, segundo Heidegger, numa atmosfera, o que isso quer dizer?

No cotidiano de nossa vida conseguimos com certa facilidade identificar quando estamos tristes, quando estamos contentes, quando estamos entediados ou em luto, enlutados, quando com estamos decepcionados.

As atmosferas do cotidiano:

Todas as expressões e muitas outras são representativas de estados do humor, atmosferas que atravessam a gente e que participam exatamente de processos de concepção da realidade, das coisas que que nós vivemos.

Quando falamos de aprendizagem essas atmosferas estão presentes e tantas outras. Talvez não identificadas como essas que eu citei, mas sempre há uma atmosfera.

Na nossa cultura isso não está muito evidente, por mais que hoje já existam várias literaturas a respeito. O que eu quero dizer aqui e chamar a atenção nesse vídeo é que quando queremos aprender algo é importante a gente lembrar de como estamos nos sentindo em relação a esse momento de aprendizado, o que estamos atravessando no exato momento que eu aprendo algo, por mas que eu não identifique uma atmosfera específica, por mais que não sabia dizer se eu estou triste se eu estou contente, se estou entediado, ou se estou entusiasmado.

O que quero chamar à tona neste momento é exatamente isso, o fato de que quando aprendemos algo, numa experiência significativa de Kung Fu, não nos esqueçamos de que há uma atmosfera que nos atravessa nesse exato momento, por mais que não a identifiquemo

Praticar Kung Fu todos os dias, isso é possível?

s. 

Isso é muito interessante, porque na Vida Kung Fu nós costumamos oportunizar todas as instâncias possíveis do cotidiano. Qualquer lugar em que nós estejamos é um lugar em que podemos exatamente elaborar e estar atentos pra essas nuances de cunho emocional.

Essa oportunização diz respeito a estar afinado no diapasão da dimensão kung fu. É muito comum em nossa prática, em nossa convivência, o termo premência de morte. Eu cito a premência de morte porque ela é um tema bastante recorrente da nossa convivência. E ele está afinado com esse conceito de atmosfera, com esse conceito que atravessa a prática de um artista marcial em geral; não necessariamente ou apenas um praticante de Ving Tsun Kung Fu.

Como praticar Kung Fu?

Há resposta à essa pergunta não está decidida. Mas é possível pensar que a elaboração de um processo de kung fu favorece que nos encontremos a nós mesmo; em uma palavra, autonomia.

Com autonomia estamos muito longe de dizer que podemos fazer qualquer coisa, até porque para o chinês a idéia de autonomia evoca um cuidado não apenas de si, mas também o cuidado com o outro.

A elaboração de uma experiência de Ving Tsun Kung Fu, sobretudo nas instâncias gerais de rotina diária, em todas as vivências possíveis, elas viabilizam que nós aumentemos a nossa performance em relação a todos os nossos relacionamentos.

Mas também são o elemento chave para que desenvolvamos eficiência e maior produtividade em nosso nome do profissional, nos mais variados momentos do dia a dia onde estamos situados em mínima atenção no cotidiano em geral.

Trouxemos aqui dois pensadores icônicos da nossa tradição: Confúcio e Heidegger, abordando temas como a não substituição do outro e atmosfera na rotina diária. Esses dois temas importantíssimos para entender a possibilidade de uma outra compreensão sobre aprendizagem em geral.

E você, também acha que é possível aprender o kung fu vivendo o kung fu?

Clique aqui e acesse o vídeo em nosso canal!

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